Novela com Nanda Costa ''A Guerreira'' recebe criticas positivas em Portugal


Por norma, os homens não assumem gostar de ver novelas. "É coisa de mulher!", afirma-se à 
boca cheia, para se fazerem de machos e espadaúdos, Homens com pêlos nas ventas e 'peito  de macaco'... enfim, é o usual, embora acredite ser uma realidade camuflada por algum machismo da sociedade. Eu vejo novelas. Não todas, pois claro! É que, como em tudo na vida, prezo a qualidade e não perco o meu tempo com qualquer amontoado de representações e  direcções artísticas sem nexo! Vejo quando sinto que é algo que me traz algo de útil, tal como um bom filme sobre um bom tema e boas representações dos actores, tal como a boa música, os bons autores, compositores e cantores.

E a verdade é que uma das recentes novelas que dá no 'horário nobre' da TV portuguesa, a 
SIC, super-produzida pela TV Globo, é nesse contexto dos bons temas, algo pelo qual tenho 
seguido com interesse. E porquê?! Um tema em particular, o tráfico de seres humanos, a 
prostituição forçada, o sonho do 'el dorado' transformado em pesadelo humano...

"Amor à Vida" (ERRATA ao original...afinal é 'A Guerreira') conta, entre outras 'estórias' 
paralelas com algum interesse, o de várias raparigas iludidas com a promessa de trabalho 
como modelos, dançarinas, simples empregada de uma lanchonete na Europa, transformadas mal pisam solo do Velho Continente em cativas de pessoas mal intencionadas, sob ameaça de 

castigos corporais e até morte, em caso de recusa em servirem num bar de alterne, raparigas de 'escort' e deleite sexual de homens endinheirados ou mesmo por tentativa de fuga. O caso ainda vai, acredito, dar muitas voltas, mas pelo que me apercebo, tenta fazer o alerta a raparigas desprevenidas, angariadas em sessões legítimas de captação de talentos, que depois se veêm privadas da liberdade, sonegados os seus passaportes, impedidas de 
contactar com o mundo exterior, sujeitas a uma pressão psicológica que, a muitas, diminui-lhes a capacidade de resistir, de acreditar que podem e devem fazer por se libertar desta 
escravidão sem grilhões. Há quem não se resigne, mas a maioria baixa a guarda.

'Apaixonei-me' pelo desenrolar do assunto, embora saiba ser tudo ficcionado. Também sei que é feito por gente que ouviu gente que já viveu esse submundo por dentro. E isso é que é 
preocupante. Saber que há gente neste mundo que continua a sofrer com estes problemas, não deve ser não só objecto de destaque numa produção de ficção, que servirá de alerta às menos desavisadas, mas também despertar consciências do povo deste lado do oceano, que anda no  seu dia-a-dia sem imaginar que não só pode acontecer com estas raparigas (e rapazes) estrangeiras, mas pode ocorrer, nesta recente onda emigracionista, com o seu filho ou a sua filha, obrigados a sair da sua terra por falta de trabalho...

Os recentes números sobre o tráfico de seres humanos é, como diria a personagem fictícia 
Sherlock Holmes, "elementar" quanto a uma realidade tão próxima. A Comissão Europeia 
apontou, num relatório de Abril, que nos países da União Europeia, livres e democráticos, há 
dezenas de milhar de seres humanos privados privados de liberdade e explorados e vendidos como se de mercadorias dse tratassem... Entre 2008 e 2010, o número de pessoas sujeitas a trabalhos forçados e prostituição cresceu 18% na Europa, enquanto o número de indivíduos condenados pelo crime de tráfico humano desceu. Nesse período, 23.632 pessoas foram vítimas desse crime, a maioria (80%) são mulheres e adolescentes do sexo feminino, sendo que os restantes 20% são homens e rapazes com menos de 18 anos. Duas em cada três destas milhares de pessoas (sem contar as muitas que não foram detectadas pelas autoridades) foram obrigadas a prostituir-se e/ou submetidas a trabalhos de exploração sexual. As restantes foram sujeitas a trabalhos forçados, obrigadas a doar órgãos, comeplidas a mendigar ou envolvidas em actividades e acções de grupos criminosos e máfias organizadas.

Porque hoje, 18 DE OUTUBRO, assinala-se o DIA EUROPEU CONTRA O TRÁFICO DE 
SERES HUMANOS, não podia deixar de dar conta deste problema inquietante que, segundo os dados oficiais até nem é uma situação que tenha origem na América do Sul ou África ou Ásia com destino à Europa. É um problema cujos principais países emissores são a Bulgária e a Roménia e praticados, muitas vezes, em países todo-poderosos como a Alemanha, que por causa de uma legislação permissiva, tem 60 vezes mais prostituição do que na Suécia.

"Portugal é um país de fonte, de trânsito e de destino de homens, mulheres e crianças 
submetidas a trabalhos forçados e a tráfico sexual". Este dado, publicado pelas autoridades 
norte-americanas dão conta que os principais países originários destes escravos da era 
moderna são o Brasil (as novelas, ai as novelas!), Moçambique, Bulgária, Gana, Nigéria, 
Roménia, Bósnia, Croácia, Nepal e Tailândia. E para os mais desavisados que pensam que 
isto é um problema que não os deverá afectar, atentem a este facto: "Um número crescente de vítimas portuguesas são sujeitas a trabalhos forçados em restaurantes, na agriculturae em 
actividades domésticas em Portugal (sim, cá dentro!) e em Espanha" e pior é que as 
autoridades são acusadas de não fazer os mínimos para eliminar este problema.

                                                                                                                       Fonte: dnoticias

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